O meu animal de estimação precisa de ir ao psicólogo?


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O meu animal de estimação precisa de ir ao psicólogo

O gato ou o cão faz parte da família mas o convívio nem sempre é fácil, já se interrogou se o seu animal de estimação precisa de ir ao psicólogo? Ou será apenas mau feitio ou problema de comportamento? Se não percebe a linguagem do seu animal de estimação, ouça um especialista.

Quais são os principais problemas de um cão e de um gato?

Um dos principais problemas de um cão e de um gato são: a agressividade que lidera as razões da consulta, no caso dos cães. “Antes era a ansiedade por separação, mas actualmente, devido aos métodos de treino, aumentou a agressividade. Nos caso dos gatos, no topo está a marcação de território e a micção inadequada. A agressividade está em terceiro lugar e acredito que se deva ao facto de ser mais complicada e a pessoa entregar o gato em vez de procurar ajuda”, afirma o médico veterinário Gonçalo Pereira.

Quais são os principais factores para o meu animal precisar de ajuda?

Stress, medo ou condições inadequadas de vida são os principais factores e pode justificar o facto do seu animal de estimação precisar de ajuda. “A origem de 95 por cento desse problema está no medo, mas, muitas vezes, quando chega à consulta o animal já não exibe medo, já não rosna. Tem uma agressividade mais impulsiva porque aprendeu a não dar os sinais prévios ao ser punido”, acrescenta.

O problema de deixar o meu patudo sozinho em casa

O seu patudo passa horas em casa sozinho, o que contribui para a ansiedade e pode manifestar-se por comportamentos exagerados ao fim do dia como “caçar as pernas do dono”. “Na perspectiva do gato, não há nada mais engraçado do que duas pernas a mexer e alguém que grita”, acrescenta Gonçalo Pereira. Outro sinal que o seu animal precisa de estímulo é quando o segue a cada instante.

“São animais de estimação perfeitos quando estamos em casa, mas sozinhos destroem as coisas, portas, urinam e vocalizam”, explica. O stress pode ter consequências físicas incluindo úlceras, vómitos, diarreias ou problemas dermatológicos, como a alopécia psicogénica (overgrooming) em gatos que se limpam de forma excessiva para se acalmarem e perdem peso. Estará o seu animal de estimação deprimido? Tenha em atenção o seu comportamento.

Como é feita a consulta de psicologia no meu animal?

Na consulta a abordagem segue várias etapas. Primeiro é feito um check-up geral para despistar patologias na origem dos problemas de comportamento. De seguida, filma-se o comportamento do animal e os tutores preenchem um questionário detalhado, para que o médico possa compreender o que o cão/gato está a viver. “Uma vez reunidos os dados, agenda-se a consulta onde analisamos novamente o questionário e os vídeos”, explica.

“Depois analiso a evolução do comportamento do animal, como é que ele aprende e onde poderá estar a origem do problema. Por fim, falamos da abordagem a seguir. Muitas vezes, recorremos a medicação que permita reduzir a ansiedade do animal para que ele possa aprender”, afirma ainda.

O que posso fazer para contribuir para o bem-estar do meu animal?

No dia a dia, para contribuir para o bem-estar do seu animal mantenha-o ocupado. “Para o estimular, pode comprar objectos ou inventar jogos. Faça uns buracos numa garrafa vazia e coloque-lhe ração. Assim, para obter o alimento, o cão ou gato têm de rodar a garrafa”, sugere.

Ao fim do dia, faça passeios. “O cão gosta de cheirar, dê-lhe oportunidades para isso. Fale com ele e nunca regresse a casa logo após ter feito xixi, se não ele irá tentar aguentar para prolongar o passeio”.

Em casa, o gato tem as suas exigências. O local onde come deve ser diferente daquele onde bebe e, por sua vez, da casa de banho, que não gosta de partilhar.

À noite, “ pode dormir na cama do dono”, adverte. O problema é se a regra muda mediante a situação como, quando vem o namorado, fica na sala. “Isso confunde o animal e gera problemas de comportamento. Para os cães as coisas devem ser preto ou branco. O gato é diferente, precisa de um território onde dorme, mas que pode ir mudando”, alerta.

Como saber lidar com o comportamento do meu cão

“O cão aprendeu a interpretar-nos, olha para os nossos olhos, a nossa postura e sabe o que isto significa”. É assim que a maioria dos especialistas em medicina do comportamento definem a essência do cão. O problema é que, por vezes não compreendemos o que nos diz ou não agimos da melhor forma, ainda que involuntariamente e isso dificulta a forma como lidamos com o comportamento do nosso cão.

Devemos ser o líder da matilha. É uma regra universal, mas está errada, diz Gonçalo Pereira. ” São teorias dos anos 70 baseadas na observação de lobos em cativeiro. Hoje sabemos que o lobo se organiza de forma distinta e o cão não olha para nós como um igual”, diz.

Como saber lidar com o comportamento do meu gato

A ideia de que os gatos não podem ser treinados é outro mito.

Parte do problema está no “desconhecimento sobre as necessidades e linguagem corporal de cães e dos gatos”, continua. “As pessoas interpretam mal e tomam atitudes que os levam a reagir agressivamente”, refere ainda.

Vários sinais indicam que um cão está a ficar ansioso, nomeadamente exibir uma pupila dilatada, lamber os lábios, virar o focinho, colocar a cabeça baixa ou, ainda, colocar a cauda entre as pernas. Parece submissão, mas é um alerta que o cão dá antes de começar a rosnar.

Se a isto adicionarmos o impacto que a nossa rotina tem na vida de um animal, não admira que precise de ajuda. Um cão ou um gato deve ir a um psicólogo? Muitos especialistas não têm qualquer dúvida. A resposta é sim!

Caso o seu animal de estimação esteja com um comportamento diferente, agende consulta com o médico veterinário do seu cão ou do seu gato. A Dr. Bigodes desloca-se até sua casa, sem stress e sem custos extra. Agende já consulta!

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