O que é?
A Leishmaniose canina é uma doença infecciosa grave entre cães e que é também uma zoonose ( doença que se pode transmitir dos animais para o homem ). O responsável por esta doença é um protozoário da espécie Leishmania infantum que se localiza sobretudo na medula óssea, gânglios linfáticos, baço, fígado e na pele. Está presente no sul da Europa, no norte de África, médio oriente, China e América do sul. Em Portugal as zonas endémicas são sobretudo Trás-os-montes, Beira interior, Lisboa e vale do Tejo, Alentejo e Algarve, mas afirma-se que o parasita estará presente em todas as regiões do país.
Como se infecta o animal?
O parasita é transmitido ao cão e ao homem através da picada de insectos flebótomos fêmeas que têm como pico da sua actividade as horas do dia com menor luminosidade, especialmente a madrugada e o entardecer. Estes insectos vivem nos refúgios de animais,habitações, caixotes do lixo, jardins, matas, etc. Entre os animais com maior risco de apanhar a doença encontram-se os animais de pêlo curto, os que vivem no exterior da casa, os cães de raças exóticas e com idade igual ou superior a 2 anos.
Sinais clínicos mais frequentes:
Após o período de incubação que varia entre 1 mês a 2 ou mais anos apresentam-se frequentemente:
> linfoadenomegalia ( gânglios linfáticos aumentados )
> Onicogripose ( crescimento e espessamento exagerado das unhas )
> Úlceras e descamação da pele
> Perda de peso, alterações das articulações e atrofia muscular
> desenvolvimento de insuficiência renal crónica, a qual, geralmente, é a principal causa de morte por leishmaniose canina.
A Leishmaniose canina apresenta diferentes sinais clínicos e diversos graus de gravidade, podendo estar associada a outras doenças concomitantes.
Como é feito o diagnóstico?
Essencialmente clínico e comprovado por análises laboratoriais. Deverá ser testada a função renal e hepática no seguimento do tratamento do animal.
Tratamento
É uma doença fatal caso não seja tratada, e mesmo com tratamento os animais infectados podem morrer.
O tratamento médico tem como objectivo controlar a carga de leishmanias no animal, contudo na maioria das vezes não é possivel eliminar a infecção podendo haver recidivas.
Caso os donos não optem pelo tratamento, é obrigatória a eutanásia do animal, uma vez que sem o tratamento a doença é mortal e eleva o risco em termos de Saúde Pública. Esta obrigatoriedade advém do Decreto-Lei nº314/2003 de 17 de Dezembro.
Prevenção
A Prevenção é a medida mais importante para a saúde do animal uma vez que os tratamentos existentes não permitem eliminar definitivamente a infecção, podendo os animais apresentar recidivas passados meses a anos. Já se encontra disponível uma vacina contra a Leishmaniose canina na Europa que tem como objectivo estimular o sistema imunitário do animal para que este responda rapidamente em caso de contacto com o parasita.
Além da vacina devem ser aplicadas várias medidas preventivas:
> uso de coleiras/pipetas repelentes dos flebótomos
> evitar os passeios ao entardecer e amanhecer como acima referido
> boa alimentação, vacinação e desparasitação regular
> todos os animais infectados devem continuar a colocar repelentes de mosquitos para evitar contagio aos demais
> Deve também fazer, anualmente, o despiste da infecção de modo a detectar precocemente o parasita, sobretudo se o seu cão vive numa área endémica.
INFORME-SE JUNTO DO SEU DR. BIGODES SOBRE ESQUEMA VACINAL PARA A LEISHMANIOSE, DESPISTE DA INFECÇÃO E QUAISQUER OUTRAS QUESTÕES !