Se lhe dissessemos que teria de criar um cachorro a biberão sabia o que fazer? Descubra como criar um cachorro a biberão e que cuidados deve ter, com a Dr. Bigodes.
Os cães recém-nascidos requerem cuidados especiais
Para criar um cão a biberão terá de ter em ateção certos aspectos. A Dr Bigodes enumera-os:
A limpeza dos cachorros
É usual pensar-se que o banho é prejudicial para os cachorros, especialmente quando são muito pequenos. Isso é falso, o banho não provoca doenças mas pode preveni-las. Devemos distinguir o banho de acordo com as condições em que este se realize, se a temperatura da água é correcta e o cachorro fica seco convenientemente ao abrigo de correntes de ar ou frio, não há porque ter medo.
Depois do parto a fêmea banha de forma natural os cachorros, lambendo-os insistentemente até que os deixa limpos.
Podemos limpar o cachorro órfão com uma espuma seca especial para este fim, ou simplesmente com um algodão empapado em água morna com sabão, secando-o bem e evitando que fique exposto ao frio.
A mãe limpa os cachorros
Em condições normais a mãe limpa os cachorros, incita-os a defecar lambendo as suas partes genitais e, depois, ingere as suas fezes. Esta é a razão porque na primeira semana de vida dos cachorros a caixa parideira se encontra sempre completamente limpa. No caso de um cachorro órfão somos nós que temos de suprir esta tarefa materna.
Crie um ambiente seco e quente
O cachorro criado artificialmente deve permanecer num ambiente seco e quente. O mais cómodo é tê-lo numa cesta ou caixa de madeira situada perto de um foco de calor artificial e com o fundo coberto de um material absorvente que mudaremos com frequência para que se mantenha limpo e seco, evitando o aparecimento de dermatites.
O leite adequado
Os cachorros recém-nascidos têm o seu aparelho digestivo preparado somente para digerir o leite da sua espécie. De uns mamíferos para outros (vaca, cabra, cadela, etc) a proporção dos componentes do leite (proteínas, hidratos de carbono e lípidos) varia notavelmente.
Recorre-se com frequência ao leite de vaca por ser mais fácil de adquirir, sendo um erro que provoca diarreias graves, desidratação e morte do cachorro. O leite de vaca segundo a sua natureza é inadequado para o cão.
Escolha do leite
Recorra a uma das opções:
– Leite de cadela em pó, indubitavelmente a melhor opção, comercializado no mercado por diferentes marcas de alimentação canina;
– Leite para humanos de venda em farmácia, em apresentação concentrada ou desidratada. Estes leites são de alta qualidade e apresentam uma palatibilidade que faz com que sejam imediatamente aceites pelo cachorro.
Ideias erradas
Sempre que seja possível fugiremos das fórmulas tradicionais, conservadas de boca a boca, em que se mistura leite de vaca com gema de ovo e outros produtos similares. São misturas pesadas, contaminando-se facilmente e os resultados não são animadores.
O biberão
Podemos usa rum biberão de bebé com tetina fina anti soluços que assegura um fluxo constante de alimento. É importante que o final da tetina seja liso e que não termine com um formato maior ou mais largo.
Como dar de mamar
O biberão dá-se ao cachorro ligeiramente inclinado. É conveniente colocar à frente do cachorro o antebraço ou um rolo de tecido para que este possa realizar os movimentos de pedalar naturais da espécie, como se estivesse a mamar na teta da sua mãe. Se o cachorro suga ar pode entrar liquido para os pulmões, o que provocaria uma pneumonia, por isso, não se deve forçar a ingestão do leite. Após cada refeição devemos provocar o arroto, acariciando a barriga do cachorro.
Ingestão do colostro
O cachorro recebe as primeiras defesas perante as doenças infecciosas próprias da sua espécie pela mãe, através da placenta. Por isso a importância de desparasitar e vacinar as cadelas. As defesas com que o cachorro nasce são aumentadas com a ingestão do colostro (o leite produzido pela cadela logo após o nascimento), cuja composição não difere muito do leite, mas é muito rico em anticorpos sob a forma de imunoglobulinas que o protegem contra doenças.
O ideal é que o cachorro possa mamar este leite durante as primeiras 24 horas de vida, mas se isso não for possível devemos protege-lo com soros ou gammaglobulinas indicadas pelo médico veterinário, que são umas defesas passivas até que tenha idade para ser vacinado.