Iranianos desafiam as leis islâmicas do país para viver com os seus cães


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O Irão continua a reprimir as pessoas que possuem cães como animais de estimação pois estes são vistos como impuros segundo a interpretação islâmica local. Ainda assim, Soroush Mobaraki, farmacologista veterinário afirma que, mesmo com o risco de receber uma multa e ter o animal apreendido, as vendas de cães estão a subir.

Durante décadas no Irão, a criação de cães como animais domésticos era algo raro e, portanto, tolerada pelo governo Iraniano. Cães de guarda, de pastoreio ou de caça, foram sempre aceites, mas tê-los como animais de companhia é visto como uma imitação da cultura ocidental e, como tal, criticada. Nos últimos anos, o número de cães adquiridos pela classe média tem aumentado, alarmando as autoridades.

Foi afirmado pelo aiatolá que os cães de companhia originam “corrupção de valores familiares e de danos sociais”. Estas declarações levaram a que o ministro da cultura proibisse todos os anúncios relacionados com cães nos meios de comunicação. A discriminação em relação aos donos dos cães é tão forte que o simples acto de passear o cão pela cidade é criminalizado. Ainda assim, cada vez mais pessoas querem ter um cão como animal de estimação, e para além das represálias, o comércio online também já começa a ser um problema, pois alguns criadores enganam os compradores e criam os animais em péssimas condições de saúde e bem-estar.

Em 2011, foi até proposta uma lei que proibia os cães de estarem em locais públicos e até mesmo em apartamentos privados, alegando o problema cultural que eles representam e levantando a bandeira a favor da saúde pública, embora não tivesse sido aplicada devido a movimentos activistas.

Esta notícia espelha bem a falta de informação imparcial e educação de um País que tem posições extremistas e que valoriza tradições culturais desadequadas para a realidade dos tempos modernos.